segunda-feira, 19 de maio de 2008

URBANIZAÇÃO CLANDESTINA E FRAGMENTAÇÃO SOCIO-ESPACIAL URBANA CONTEPORÂNIA:O BAIRRO DA COVA DA MOURA NA FERIFERIA DE LISBOA (DR. LUÍS MENDES)

URBANIZAÇÃO CLANDESTINA E FRAGMENTAÇÃO SOCIO-ESPACIAL URBANA
CONTEMPORÂNEA: O BAIRRO DA COVA DA MOURA NA PERIFERIA DE LISBOA
Luís Mendes

Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa
Faculdade de Letras

Alameda da Universidade, 1600-214 Lisboa
Telef: (+351) 21 792 00 00
Fax: (+351) 21 796 00 63
luisfilipemendes@yahoo.com

Palavras-chave: Segregação residencial • segregação socio-espacial •
fragmentação urbana • mercado de habitação •
urbanização clandestina • Bairro da Cova da Moura •
Lisboa.

É de consenso generalizado nos estudos urbanos o facto de que
quando se fala de segregação urbana, se emprega o termo para qualificar
as formas mais evidentes da divisão social do espaço urbano. A cidade é a
configuração socio-espacial que corresponde às formas mais manifestas
desta diferenciação das actividades e dos indivíduos. Numerosos trabalhos
debruçaram-se sobre o estudo dos fenómenos de diferenciação urbana
partindo de um ponto de vista particular: o da localização dos domicílios.
Daremos conta de como esta geografia residencial e do mercado informal
de habitação interessa à teoria da fragmentação socio-espacial da
metrópole contemporânea.
O elevado crescimento demográfico de Lisboa foi provocado, a partir
dos anos 50, pelo desenvolvimento simultâneo de diferentes tipos de
movimentos migratórios: migrações internas com origem nas áreas rurais do
interior do país o regresso dos retornados das ex-colónias africanas, em
1975-76 e, a partir de meados dos anos 80, de um número cada vez maior
de imigrantes oriundos dos PALOP. Este crescimento populacional reflectiuse
no aumento da procura de habitação, doravante, incapaz de ser satisfeita
pelo mercado formal de habitação privada e pela habitação social. Em
consequência deste processo, avolumaram-se as carências neste sector e
desenvolveu-se um mercado paralelo para absorver os segmentos da
procura insolventes para o mercado formal: subaluguer de quartos e partes
de casa em alojamentos dos bairros históricos da cidade e difusão de bairros
de barracas e de habitação clandestina, na periferia de Lisboa.
Especificamente, o estudo de caso que nos vai ocupar neste texto diz
respeito ao funcionamento do mercado informal de habitação no Bairro da
Cova da Moura, localizado na Amadora (primeira coroa suburbana de
Lisboa), e à desvalorização do parque habitacional do espaço envolvente
como factor e condição de reprodução e acumulação de capital imobiliário,
mas também de produção de uma divisão social do espaço urbano
crescentemente fragmentada.

Luís Filipe Gonçalves Mendes – Nota biográfica
Luís Filipe Gonçalves Mendes nasceu em Lisboa em 1979. Licenciado em
Geografia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 2002/2003.
Mestrando em Estudos Urbanos, no Departamento de Geografia da Faculdade
de Letras da Universidade de Lisboa. Professor do Ensino Básico e
Secundário. Enquanto Assistente na Faculdade de Arquitectura da
Universidade Técnica de Lisboa, leccionou a disciplina de Geografia Urbana na
Licenciatura de Arquitectura. Membro da Associação Portuguesa de Geógrafos
e da Associação de Professores de Geografia. Desde 2003, exerce funções de
Investigador no Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa
(CEG/UL), nomeadamente na unidade de investigação de Geografia Humana e
Regional, e no GECIC – Grupo de Estudos Cidade e Comércio, onde tem
desenvolvido investigação nos domínios dos Estudos Urbanos, da Didáctica da
Geografia e das Metodologias do Ensino e Aprendizagem da Geografia.

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