quarta-feira, 21 de maio de 2008

Situações de pobreza

Maria Ramos (2003) refere que empregos instáveis, sem contrato, mal remunerado e/ou com más condições de trabalho levam a más condições de vida e a situações de pobreza de longa duração. Quando levada ao extremo, esta realidade constitui uma forma de exclusão social, podendo conduzir o indivíduo à situação de «sem-abrigo», a qual consiste na forma mais grave e complexa de pobreza e exclusão. Neste contexto, em entrevista ao presidente da Associação de Imigrantes Apoio sem Limites (ASLI), este referiu que situações de ilegalidade, trabalho precário, salários baixos e falta de instituições adequadas que garantam a intervenção e integração do imigrante na área da informação, levam à desinserção social desses imigrantes. Todavia, os imigrantes têm a necessidade de se fazer ouvir e de serem reconhecidos pela sociedade de acolhimento, enquanto comunidades que fazem parte dessa mesma sociedade. Por isso, reivindicam direitos e exigem soluções para a realização de algumas necessidades das populações de onde são oriundos, ao mesmo tempo que procuram promover e divulgar as suas culturas de origem. Os oito imigrantes em análise sentiram as mesmas situações que foram referidas pelos vários autores acima referidos. Nesta mesma linha, Carlos Trindade, do Departamento Internacional da Central Sindical CGTP (7 de Dezembro de 2006), explica que os desempregados contabilizados são somente os que estão inscritos no Ministério do Trabalho e que podem recorrer ao subsídio desemprego. Afirma ainda, “há imigrantes que se deslocam ao sindicato, dizem que as entidades patronais estão a rescindir os seus contratos, ou não os renovam, mas que admitiram estrangeiros ilegais.” Destaca, também, que associações de apoio a imigrantes, sindicatos e a própria Igreja têm denunciado problemas sociais e laborais vividos por estrangeiros, e que, apesar do elevado número de desempregados, os imigrantes continuam a chegar a Portugal e o número de ilegais continua a aumentar. “Eles continuam a entrar porque têm trabalho.” Nesta perspectiva verificou-se que os oito imigrantes receberam informação incorrecta nos seus países de origem no que diz respeito à situação em Portugal

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